
Um projeto pedagógico desenvolvido no Colégio Cívico-Militar Milton Carneiro, em Curitiba, tem despertado a atenção dos estudantes pela leitura e pela língua portuguesa ao transformar textos em verdadeiros enigmas. A iniciativa, chamada Detetive Textual, integra as ações do programa Se Liga!, da Secretaria da Educação do Paraná. O programa é uma ação de intensificação de aprendizagem na qual as escolas estaduais desenvolvem atividades de reforço de conteúdo.
A proposta foi criada pelas professoras Elisangela Cavalari Loyola e Rafaela Rangel, que atuam na recomposição de aprendizagem de Língua Portuguesa. A atividade envolveu estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio, com foco no desenvolvimento da leitura atenta, da interpretação e da argumentação. Durante as aulas, os alunos receberam textos de diferentes gêneros e foram desafiados a identificar pistas, contradições e informações implícitas. Cada texto apresentava múltiplas possibilidades de interpretação, sem apenas uma resposta, o que estimulou o debate e a construção coletiva das hipóteses.
“Os textos não tinham um caso fechado. Eles precisavam discutir em grupo, apresentar versões diferentes e defender seus pontos de vista até chegar a melhor hipótese”, explica a professora Elisangela Cavalari Loyola. “Isso ajudou os estudantes a perceberem detalhes do texto, identificar contradições e compreender melhor os eventos narrados”.
Ao todo, cada grupo analisou cinco textos e apresentou suas conclusões aos colegas. A atividade foi encerrada com uma roda de conversa, em que os estudantes discutiram as interpretações e os caminhos utilizados para chegar às hipóteses.
Para o estudante Jhonatan Maik Tosin Castanho, de 17 anos, da 3ª série do Ensino Médio, a experiência foi positiva. “Ler os textos e encontrar pistas para montar o mistério foi muito legal. Cada grupo achava coisas diferentes e, no final, conseguimos construir uma resposta juntos. Foi divertido e ajudou muito”, conta.
Segundo a professora Rafaela Rangel, o projeto atingiu os objetivos propostos e contribuiu para o avanço individual e coletivo dos estudantes. “Foi possível acompanhar o progresso dos alunos a cada atividade, principalmente na compreensão do texto e na capacidade de fazer inferências, inclusive relacionando com as próprias vivências. Além disso, houve uma troca muito rica entre eles, o que fortaleceu o grupo”, afirma.
ADAPTÁVEL A TODAS AS ETAPAS- O Detetive Textual pode ser adaptado para diferentes etapas da educação básica e desenvolvido em três a cinco aulas. “A atividade permite ajustar os textos e os objetivos de acordo com o que se quer trabalhar, seja informação explícita, implícita ou análise crítica”, orienta Elisangela. “Aprender se torna mais significativo quando o estudante se envolve e se diverte durante o processo”, completa.


