Trinta produtores paranaenses passam a apresentar a partir da próxima segunda-feira (8) suas lojas virtuais dentro da plataforma de comércio eletrônico Shopee. Esses empreendedores fazem parte da segunda turma capacitada dentro do Programa de Incubação promovido pela Invest Paraná - agência de atração de investimentos do Estado - em parceria com o marketplace que conecta consumidores e vendedores. O mote da iniciativa é prepará-los para a entrada no mundo das vendas online.

As empresas terão seus artigos exibidos em uma vitrine especial dentro do site da gigante do e-commerce chamada Do Paraná para o Brasil . Esse microsite, que concentra as mercadorias provenientes do Paraná desde o início do projeto, em 2024, passa a ter um novo layout.

Além de adicionar os novos produtores e suas criações, o objetivo da atualização da página, segundo Rogério Chaves, diretor de Desenvolvimento Econômico da Invest Paraná, é aprimorar a experiência na plataforma. “A campanha [Do Paraná para o Brasil] também foi renovada, ampliando a visibilidade dos participantes”, falou, comemorando muito o sucesso da empreitada e os bons resultados da ação.

“Aumentou o número de interessados nessa incubação, mais do que dobrou, e isso indica que o destaque Do Paraná para o Brasil dentro da plataforma traz um apelo diferente de compra. Tem muitos interessados em comprar esses produtos por saber que eles estão vindo de áreas de sustentabilidade, que estão mantendo famílias em áreas de preservação, que preservam para poder ter esse ativo e poder vender para o Brasil inteiro, não só localmente”, avaliou o diretor da Invest Paraná.

Para Luciana Hachmann, head de Relações Governamentais da Shopee, a parceria reafirma nosso compromisso com o empreendedorismo brasileiro. “Queremos desenvolver cada vez mais empreendedores locais para vender online e contribuir para o fortalecimento da economia e do ecossistema de e-commerce do País”, afirmou.

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OUTRO CAMINHO– Quem não pôde participar da incubação também poderá se valer dos conhecimentos e experiências proporcionados pelo treinamento nesses dois anos de prática. O recém-finalizado Guia de Comercialização Online, contendo orientações para produtores que desejam ingressar ou se aprimorar no mercado digital, será disponibilizado virtualmente. O material, que inclui as principais dúvidas e desafios comuns aos novos empreendedores, vai integrar a biblioteca de publicações do programa de Vocações Regionais Sustentáveis (VRS), disponível no site oficial.

“É um material desenvolvido pela equipe da Diretoria de Desenvolvimento Econômico da Invest Paraná e essencial para quem vai iniciar no comércio online. Traz um checklist que ajuda o produtor a identificar o seu perfil, entender as necessidades e organizar as informações e ferramentas para impulsionar as vendas em qualquer marketplace”, comentou Rogério.

A qualificação é justamente fruto de um Acordo de Cooperação Técnica entre a Invest Paraná, por meio do programa do VRS, e a Shopee. Trata-se de um modelo inédito no Brasil de capacitação e valorização da bioeconomia. A incubação oferece um ciclo completo de apoio para quem busca vender online, com diagnóstico de maturidade do negócio, capacitações em marketing digital e operação da plataforma, atendimento personalizado e ações de promoção dos produtos e lojas dos participantes.

Os empreendedores paranaenses também são instruídos quanto à adequação de seus produtos às exigências do mercado, por meio de treinamentos, conexões comerciais e, em alguns casos, rodadas de negócios.

“O programa, na nossa visão, vem sendo um sucesso. Tanto a Invest Paraná quanto a Shopee vêm aprimorando essa parceria. Estamos numa curva de aprendizado muito importante, nossa assertividade na qualificação dessas pessoas que estão sendo incluídas digitalmente é cada vez maior”, analisou Rogério Chaves. “A maioria dos participantes se adaptou rapidamente e tão bem ao comércio digital que levaram o aprendizado deles para outros canais, especialmente em logística, especificação e marketing”.

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ESTÍMULO– A mistura de conhecimento teórico e aplicação prática chamou a atenção de Mauro Ricardo Gennari, da Sabores da Graciosa, com sede em Pontal do Paraná e plantações em Guaraqueçaba. A empresa produz e vende palmitos, patê de palmito, manteiga de palmito e manteiga de palma. E foi uma inovação no cardápio que serviu de impulso para buscar uma vaga no Programa de Incubação.

“Decidimos entrar no projeto em função do lançamento de uma nova família de produtos do segmento saudável funcional, a VeGhee. Foi muito interessante, elucidativo e integrativo com outros segmentos”, explicou Mauro, citando a linha de artigos veganos lançada recentemente. “Hoje somos a única empresa do Brasil que faz manteiga e patê de palmito de pupunha sem conservantes”.

A intenção agora é colocar os ensinamentos para funcionar, ampliar o alcance e os rendimentos da empresa. “O que se destacou para a gente foi o aprofundamento que o programa permitiu na área de vendas virtuais. Demos o primeiro passo entrando na Shopee e vamos nos aprimorando. O objetivo é termos uma boa performance no mercado”, concluiu.

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APRENDIZADO– A meta é semelhante à de Jairo Corrent, proprietário da marca de mel Terra das Abelhas. “A nossa expectativa é escoar o produto por meio desse canal em que não estávamos, e poder fazer as vendas direto ao consumidor por meio da Shopee. Isso agrega um valor maior no produto e não tem um atravessador”, explicou. A decisão de entrar para a incubação, atendendo a um convite da Invest Paraná, foi justamente para aprender a trabalhar com vendas online – e ampliar o trato direto com o público.

A empresa de Prudentópolis já tem um canal de vendas físico, com lojas em unidades da rede de supermercados Festval, onde também é feito o corpo a corpo para explicar a diferença do mel tradicional para o mel de abelhas sem ferrão, que é o principal destaque da Terra das Abelhas.

“Esse tipo de mel tem um grande valor agregado e até por isso é mais caro. Muita gente ainda não conhece. E tem muita diferença: de sabor, aroma, propriedades medicinais”, complementou. Um cenário que explica o desequilíbrio na comercialização das mercadorias. “Nosso maior volume de venda ainda é do mel a granel, não do envasado”.

Começando a trilhar um caminho para diminuir essa “desvantagem” do artigo mais refinado que produz, Jairo entende que o Programa de Incubação trouxe muitos ensinamentos relevantes e que vão ajudar nessa jornada. “O que achei mais importante foi a questão da apresentação do produto. A preocupação com o modo como você vai passar a informação para o cliente, com a fotografia, o texto. Enfim, a forma de fazer a venda para o cliente”, finalizou.

PÚBLICO-ALVO– Participam do projeto microempreendedores individuais (MEIs), pessoas jurídicas com CNPJ ativo e produtores rurais cadastrados no CAD/PRO, desde que emitam nota fiscal e comercializem produtos nas categorias de alimentos, bebidas, artesanato, bem-estar ou cosméticos. Os critérios de seleção consideram diversos aspectos, como o uso de insumos regionais, adoção de práticas sustentáveis, liderança feminina e vínculo com políticas públicas. Mais detalhes da próxima edição do Programa de Incubação para Vendas Online serão divulgados em edital no ano que vem, ainda sem data prevista.