A Escola Fazendária do Paraná (EFAZ) está dando um passo importante para renovar a forma como a Educação Fiscal chega às salas de aula — e, para isso, saem de cena o quadro e o giz e entram os videogames. Isso porque o assunto virou game a partir de um jogo educativo desenvolvido na plataforma Roblox, que começou a ser testado nas escolas paranaenses.

O jogo ainda está em fase de pré-testes, mas estudantes de diferentes escolas do Paraná tiveram a oportunidade de experimentar uma prévia do projeto. Ao longo das duas últimas semanas, equipes da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) visitaram escolas em Curitiba e Região Metropolitana para apresentar o projeto e medir a aceitação dos alunos nessa etapa inicial.

Nos testes, estudantes do Colégio Positivo, do Colégio Estadual Leôncio Corrêa e da Escola Literal de Pinhais participaram ativamente das dinâmicas. Os alunos, especialmente nas turmas mais novas, demonstraram entusiasmo, atenção e disposição para colaborar.

“Achei o jogo muito interessante e gostei bastante da experiência. É legal aprender sobre notas fiscais por meio das atividades dentro do jogo. Esse tipo de jogo é importante porque ajuda a gente a entender melhor o assunto e a desenvolver novos conhecimentos para a nossa vida”, resumiu o aluno do 8º ano do Colégio Positivo, Johan Fernandes.

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Idealizada pela EFAZ e desenvolvida pela Compass UOL, a iniciativa aposta no potencial dos ambientes digitais para tornar o tema mais compreensível e significativo — além de muito mais atraente para os jovens. As turmas rapidamente se envolveram com o formato multijogador, que estimulou colaboração, troca e aprendizado conjunto. Além disso, os estudantes de desenvolvimento de software trouxeram sugestões de melhorias de interface e jogabilidade.

E a escolha de Roblox para levar a Educação Fiscal para a sala de aula não foi por acaso. O game é mais uma plataforma do que um jogo em si, permitindo que os jogadores criem seu próprio universo ou embarquem em jogos criados por outros usuários — e, por isso mesmo, é um fenômeno entre crianças e jovens. Assim, ao apostar nesse formato, a EFAZ busca alcançar um público que já é engajado com o formato.

"O Paraná tem uma trajetória de 25 anos de ações bem sucedidas em Educação Fiscal e, para continuarmos relevantes nesse cenário, precisamos nos manter conectados com as linguagens e mídias com as quais o nosso público dialoga", destaca Mario Brito, diretor da Efaz.

A presença do personagem Ed, porta-voz do programa paranaense de Educação Fiscal, também ajudou a guiar as descobertas. De forma natural, os alunos passaram a relacionar as ações dentro do jogo com conceitos como função social do tributo, importância da nota fiscal e impacto coletivo das escolhas individuais.

E a iniciativa não foi aprovada apenas por alunos, mas também por professores, que viram o videogame se tornar um poderoso aliado em sala de aula. “Achei o jogo muito importante porque, de forma lúdica, os alunos entendem melhor a função da nota fiscal e como os impostos são revertidos para áreas como saúde e educação. Eles ficaram curiosos e a atividade estimulou novas perguntas sobre o tema”, acrescenta Patrícia Fragoso, professora do integral da Escola Literal de Pinhais.

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CARRETA DA INOVAÇÃO–Os testes também chegaram à Carreta da Inovação, em parceria com a Secretaria da Inovação (SEIA), no município de Kaloré. Nesse piloto, cerca de 500 estudantes vivenciaram a experiência.

Segundo Dyana Braga, da SEIA, que acompanhou a atividade, os professores ficaram muito interessados e pediram para avisar quando o jogo estiver pronto. “Acharam muito bom ter um jogo para ensinar educação fiscal. Foi nítido o interesse dos estudantes”, explica.

Para o consultor em Estratégias Digitais da EFAZ, Victor Cayres, um dos objetivos de levar a Educação Fiscal para o mundo dos videogames é fazer com que o tema seja incorporado de verdade pelos jovens em suas vidas. "Entendemos que precisamos criar conteúdo de qualidade nos espaços digitais em que o nosso público já está. Fizemos uma pesquisa envolvendo mais de 17 mil estudantes da rede pública de ensino e identificamos que Roblox é uma das plataformas de games mais acessadas por eles”, diz.

“Queremos desenvolver uma solução que seja acessada não por ser um material didático obrigatório em sala de aula, mas que seja realmente interessante ao ponto de que os adolescentes simplesmente queiram jogar”, complementa.