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O Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe), que rem pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), venceu a categoria seção técnica na 3ª edição do Prêmio Nacional de Espeleologia Michel Le Bret. A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu na noite de terça-feira (22), no BeFLy Minascentro, em Belo Horizonte (MG), durante o 19º Congresso Internacional de Espeleologia e 38º Congresso Brasileiro de Espeleologia.
Os eventos e a premiação são realizados pela União Internacional de Espeleologia (UIS), Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), e Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O trabalho intitulado “Ações de educação patrimonial do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe) em defesa dos patrimônios natural e cultural dos Campos Gerais do Paraná”, foi liderado pela geógrafa Laís Luana Massuqueto, com contribuições do geógrafo Henrique Simão Pontes, do geólogo Rodrigo Aguilar Guimarães, do jornalista Angelo Eduardo Rocha, da turismóloga Jasmine Cardozo Moreira e do geógrafo Alessandro Giulliano Chagas Silva.
No artigo premiado, o grupo relata as diferentes ações de educação patrimonial desenvolvida com crianças, jovens e adultos durante os 40 anos de existência da instituição. “Foram inúmeras ações de educação e divulgação científica com a comunidade, desde palestras, capacitações, oficinas, distribuição de livros, cartilhas e livretos, tudo gratuito, com o objetivo de democratizar o acesso à ciência, divulgar nossos patrimônios natural e cultural e sensibilizar as pessoas sobre a importância de proteger tudo isso”, relata Laís.
Dentre as ações apresentadas no artigo está a distribuição de cerca de 20 mil exemplares em escolas públicas e privadas de Ponta Grossa, Tibagi, Castro e Piraí do Sul de livretos infantis sobre cavernas e sítios arqueológicos da Escarpa Devoniana, além de oficinas e palestras realizada com professores e crianças.
“Desenvolver estas atividades e disponibilizar materiais didáticos para crianças é fundamental, pois sensibilizar desde cedo sobre a importância de proteger as cavernas e sítios arqueológicos é investir em novos defensores da natureza, é pensar em nosso futuro”, destaca Henrique Simão.
O prêmio chega no ano em que o Gupe completa 40 anos de fundação enquanto organização da sociedade civil. Ao longo, dos últimos cinco anos, o Gupe vem desenvolvendo vários projetos de pesquisa com foco na identificação de novos sítios arqueológicos e cavernas na Área de Proteção Ambiental (APA) e na Área de Tombamento da Escarpa Devoniana.
O grupo mapeou de maneira inédita pinturas rupestres de 52 sítios arqueológicos da Escarpa Devoniana . O estudo, realizado ao longo de três anos, resultou em 277 painéis, o que totalizou no registro de 1.212 figuras pintadas por povos originários que habitaram a região há centenas de anos. O trabalho também descobriu 27 novos sítios arqueológicos e 12 oficinas líticas, que são locais onde as populações fabricavam artefatos.
O Gupe também descobriu registros de pinturas rupestres de araucária na região de Piraí do Sul . Foi a primeira vez que pesquisadores encontram a representação da árvore, símbolo do Paraná, registrada como pintura rupestre. Encontrado em setembro de 2021, o resultado do estudo foi publicado com o artigo "Primeiro registro de arte rupestre com representações deAraucaria angustifolia, Sul do Brasil".
PRÊMIO– Em sua terceira edição, o Prêmio Nacional de Espeleologia Michel Le Bret é uma ação promovida pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV/ICMBio). Ele tem como objetivo incentivar o desenvolvimento e publicação de pesquisas científicas, inventários e soluções técnicas direcionadas à conservação dos ecossistemas cavernícolas e espécies associadas, assim como auxiliar no manejo das unidades de conservação federais com esses ambientes.
