
A transição energética é o processo de substituição de fontes de energia como carvão, petróleo e gás natural por fontes renováveis. O objetivo global (Net Zero) é atingir a neutralidade carbónica, onde a quantidade de gases emitidos é equilibrada pela quantidade removida da atmosfera. Muitos países direcionam esforços para acelerar a descarbonização em todos os setores, a fim de mitigar os efeitos do gás carbônico (CO2) na atmosfera e, por conseguência, nos efeitos climáticos.
No dia 8 de outubro de 2024, o governo brasileiro sancionou a Lei do Combustível do Futuro, que visa promover combustíveis sustentáveis e estimular ainda mais o uso do etanol e de outros biocombustíveis. "Essa lei vai ajudar a potencializar o mercado de combustíveis sustentáveis no Brasil, trazendo mais subsídios e incentivos para tornar o etanol ainda mais atraente para o consumidor", ressalta Gustavo Loiola, especialista em ESG.
"O Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB) busca impulsionar a transição energética limpa, economicamente viável e socialmente responsável do setor de transportes do Brasil, respeitando a neutralidade tecnológica e estimulando a neoindustrialização", pontua Vininha F. Carvalho, ambientalista, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.
O MBCB é um esforço conjunto que reúne as principais montadoras do país, empresas do setor sucroenergético e de biogás, indústrias de autopeças, pós-venda, associações de tecnologia e engenharia, e sindicatos de trabalhadores. O objetivo do grupo é aumentar a conscientização e apoiar o desenvolvimento de políticas públicas que promovam a redução de emissões de carbono de veículos leves e pesados.
Entre os grandes mercados de automóveis, o Brasil se destaca pela baixa emissão de gás carbônico (CO2) pelo setor de transporte, que tem o etanol como alternativa à gasolina. O combustível vegetal representa hoje aproximadamente 30% da escolha do consumidor no abastecimento de veículos flex no país.
"Apesar da notabilidade do papel do etanol, o Brasil não pode deixar de buscar alternativas mais eficientes, como o carro elétrico, o único que não emite gás carbônico ou poluentes por onde roda. Por isso nem escapamento tem", observa Elbi Kremer, diretor de Engenharia e Planejamento de Produto da GM América do Sul.
Segundo Clayton Zabeu, professor doutor de Engenharia Mecânica, até por volta de 2050, a frota mundial de carros elétricos será de aproximadamente 30% do total de veículos em circulação. "Por isso, durante essa transição, não se deve desperdiçar a tecnologia do biocombustível, ou seja, dos combustíveis líquidos, e até mesmo do hidrogênio, que converte energia potencial de um combustível em eletricidade, por meio de uma reação eletroquímica", conclui o especialista.
A transição energética completa para uma mobilidade sustentável dependerá não apenas de inovações tecnológicas, mas também de políticas governamentais eficazes e do compromisso das montadoras em fornecer opções acessíveis aos consumidores que pretendem adquirir um carro elétrico, conclui Vininha F. Carvalho.


