
Mais de 7.600 pessoas privadas de liberdade no Paraná participaram, nesta semana, das provas do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade ou sob Medida Socioeducativa (Enem PPL) 2025. Ao todo, 7.663 custodiados realizaram o exame, aplicado em unidades prisionais e socioeducativas.
Aplicado em todo o País pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), o Enem PPL possui o mesmo nível de dificuldade do Enem regular e garante às pessoas privadas de liberdade acesso à certificação do Ensino Médio e a oportunidades no Ensino Superior.
De acordo com a chefe da Divisão de Educação e Capacitação da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Lisiane Haag Antonelli, o retorno da certificação contribuiu significativamente para o aumento no número de participantes. “A partir dessa edição, o Enem voltou a certificar a conclusão do Ensino Médio, e esse retorno está diretamente relacionado ao crescimento expressivo das inscrições. Para nós, o Enem é um exame fundamental, pois, além da certificação, possibilita o acesso ao Ensino Superior, promovendo educação e preparo para o trabalho”, destacou.
No primeiro dia de aplicação, os participantes responderam às questões de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, além da Redação. Já no segundo dia, foram aplicadas as provas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Para obter o certificado, o participante deve atingir no mínimo 450 pontos em cada área do conhecimento e 500 pontos na redação.
A diretora de Tratamento Penal da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Marilu Katia da Costa, destaca que a participação no Enem PPL amplia de forma concreta as oportunidades para as pessoas privadas de liberdade, ao possibilitar benefícios como a remição de pena, a conclusão do Ensino Médio, o ingresso em universidades públicas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o acesso a bolsas de estudo pelo Programa Universidade para Todos (Prouni).
“Mesmo em privação de liberdade, o custodiado tem a oportunidade de reestruturar sua existência e projetar um novo futuro por meio do estudo. A educação formal aliada à educação social abre caminhos para repensar o passado e planejar uma vida diferente, com dignidade e distante do crime", disse.
"Nem todos conseguem colher imediatamente os frutos dessa trajetória, pois ela exige esforço e vontade, mas a semente da mudança é plantada e nela reside a chance de renascer. Hoje, já temos exemplos reais de pessoas privadas de liberdade que estão matriculadas no ensino superior, conquistas alcançadas a partir dos resultados obtidos em edições anteriores do exame”, afirmou.
A diretora de Tratamento Penal da PPPR, Marilu Katia da Costa, ainda ressalta o empenho das equipes envolvidas na realização do exame. “O Enem PPL é um processo potente e trabalhoso, porém extremamente significativo para a Polícia Penal do Paraná. Nossas equipes atuam desde as matrículas e aulões preparatórios até a elaboração e execução do plano de segurança, garantindo o sigilo das provas e a segurança de todos os envolvidos”, afirmou.
No Paraná, conforme dados da Divisão de Educação e Capacitação da PPPR, dos 7.663 participantes, 6.019 estão custodiados em estabelecimentos penais — como Penitenciárias Estaduais e Industriais, Casas de Custódia, Complexos Sociais, Colônias Penais, Centros de Regime Semiaberto, além do Centro de Integração Social e do Complexo Médico Penal. Outros 1.576 participantes estão em cadeias públicas e 68 são assistidos por Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC).
A distribuição dos inscritos pelas nove regionais administrativas da PPPR, em ordem decrescente, aponta Curitiba com o maior número de participantes, totalizando 2.053 inscritos.


