
O Programa Mulher Segura Paraná, por meio da Patrulha Maria da Penha e dentro das ações da Missão Paraná IV, apresentou nesta quarta-feira (10), em Guaratuba, um panorama sobre a prevenção ao feminicídio no Estado. O encontro reforçou que o Programa atua continuamente para aprimorar estratégias, buscando alcançar mulheres que ainda permanecem fora dos registros de ocorrências oficiais.
Durante a palestra, foi citada a importância de buscar ajuda e de registrar a ocorrência, já que a subnotificação de casos limita as ações dos sistema. A maior parte das vítimas nunca buscou ajuda formal, não havendo registros policiais ou pedido de medida protetiva.
O coordenador do programa, coronel Dalton Gean Perovano, reforçou a necessidade da escuta ativa e da proximidade com a população. “O que faz a diferença é ouvir a comunidade e entender o que ela precisa. Por isso a gente vai até as pessoas para promover o diálogo. O trabalho tem que acontecer onde os casos realmente acontecem. É assim que a gente consegue melhorar de verdade”, explicou.
O encontro foi conduzido por equipes do 9º Batalhão da Polícia Militar, com a cabo Renata Mendes Passos Venâncio e o sargento Adenildo Gonçalves da Silva. A cabo Renata finalizou a palestra enfatizando a importância de incentivar as mulheres a procurarem ajuda. “É importante conversar, é importante romper o silêncio. Por isso estamos aqui, para dialogarmos, prestar apoio e mostrar que podemos fazer algo por elas”, afirmou.
NOVA TECNOLOGIA EM ANÁLISE – Além disso, a Secretaria da Segurança Pública (Sesp) está desenvolvendo uma ferramenta tecnológica inédita no País para mapear as probabilidades de mulheres que já foram vítimas de violência doméstica voltarem a serem agredidas. O Algoritmo de Revitimização de Violência Doméstica, um levantamento de inteligência artificial que cruza dados de Boletins de Ocorrência Unificados de 2010 a 2023, subsidiará no futuro ações preventivas mais efetivas das polícias paranaenses para evitar novas agressões e salvar vidas.
Serão analisados mais de 15 milhões de informações em boletins de ocorrências e no Formulário Nacional de Avaliação de Risco (Fonar), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para chegar ao resultado que será apresentado em um dashboard com o mapeamento de fatores que apontam maiores probabilidades de novas agressões a mulheres. Neste rol estão, por exemplo, o fato do casal ter filhos; se a mulher tem dependência financeira do agressor; se ele está desempregado ou tem dificuldades financeiras; ou se tem acesso a armas de fogo.


