
O Instituto Água e Terra (IAT) formalizou um convênio com a Prefeitura de Curitiba que estabelece ações institucionais conjuntas para o atendimento à fauna silvestre vitimada da região, animais entregues voluntariamente pela população, resgatados ou apreendidos. O acordo, assinado pelo diretor-presidente do IAT, Everton Souza, e pelo prefeito da Capital, já foi publicado no Diário Oficial do Estado.
O investimento é de R$ 2 milhões com prazo de execução de 24 meses – podendo ser prorrogado. A contrapartida do município envolve a garantia de equipes técnicas e operacionais de manejo, além da estrutura de manutenção dos animais.
Com isso, a partir deste mês, os animais silvestres vítimas de tráfico ou de maus-tratos apreendidos pelo órgão ambiental nas ações de fiscalização na Região Metropolitana de Curitiba poderão ser levados ao Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS), da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, ou em estrutura similar, desde que indicada pelo Município e previamente aprovada pelo Instituto.
O convênio prevê a triagem, tratamento clínico-veterinário de baixa, média e alta complexidades, soltura e destinação final adequada. As entregas voluntárias e animais resgatados pela população poderão ser encaminhados ao local no horário das 9h às 11h30 e das 13h às 15h, todos os dias da semana.
“Felizmente, a partir desse convênio, conseguiremos ampliar o número de atendimentos, diminuindo a violência contra os animais silvestres por meio de orientação segura e assistência. Ações pelo bem-estar animal na Região Metropolitana de Curitiba e no Paraná”, destacou o secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.
A área de abrangência reúne os municípios atendidos pelo Escritório Regional de Curitiba (ERCBA): Adrianópolis, Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Campo do Tenente, Cerro Azul, Colombo, Contenda, Doutor Ulysses, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Piên, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Quitandinha, Rio Branco do Sul, Rio Negro, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul, Tunas do Paraná, além da Capital.
“Com o aporte de recursos, ampliamos e melhoramos o atendimento que é prestado à fauna silvestre no Paraná. Estamos falando de um trabalho muito importante para a conservação da biodiversidade do Estado, uma proposta em que todos ganham: Estado, municípios, universidades e a fauna”, destacou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.
“Nós já fazemos um trabalho de excelência no CAFS e agora com esse convênio com o IAT vamos conseguir ampliar nosso atendimento para que animais silvestres da Região Metropolitana também recebam um atendimento adequado”, acrescentou o prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel.
A ação reforça a importância da rede de apoio à fauna silvestre criada pelo Governo do Estado. Atualmente, a rede de apoio é composta pelo Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (CETRAS), localizado no campus da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) de Guarapuava, na região central do Paraná; por cinco CAFS, frutos de convênios entre o IAT e instituições de ensino como o Centro Universitário Filadélfia (Unifil), de Londrina, Centro Universitário de Cascavel (Univel) e Unicesumar, de Maringá; com o Parque das Aves, de Foz do Iguaçu; e, agora, com a Prefeitura de Curitiba.
LEGISLAÇÃO– Segundo a Resolução Conjunta Sedest/IAT Nº 3 de 2022 , o Centro de Apoio à Fauna Silvestre é um local preparado para receber, identificar, marcar, triar, avaliar, e estabelecer tratamento veterinário para animais acolhidos por órgão ambiental em ações de fiscalização, resgates ou entrega voluntária por particulares.
A permanência dos animais depende do tempo necessário para sua recuperação. O destino pode ser a soltura no habitat natural ou, quando é um risco devolvê-los para a natureza, são encaminhados a criadouros habilitados pelo IAT, ou mantenedores individuais, igualmente habilitados pelo órgão ambiental.
Os atendimentos variam a cada caso, mas consistem na avaliação do animal e, se preciso, o tratamento de doenças, acompanhamento biológico, uso de medicações e curativos e procedimentos cirúrgicos – o que não é uma obrigação das CAFS, mas que podem ser realizados no local. Esse tipo de atenção ajuda a proteger a fauna silvestre e a prevenir o aumento de animais em risco de extinção.
DENUNCIE– Ao avistar animais machucados ou vítimas de maus-tratos, tráfico ilegal ou cativeiro irregular, o cidadão deve entrar em contato com a Ouvidoria do Instituto Água e Terra .
Se preferir, outra opção é ligar para o Disque Denúncia 181 e informar de forma objetiva e precisa a localização e o que aconteceu com o animal. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem fazer o atendimento.


