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Pesquisa da UEPG desenvolve gel à base de tilápia que trata feridas em animais

Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolveram um gel cicatrizante que trata feridas em animais. O gel é produzido a p...

Redação
Por: Redação Fonte: UEPG
29/10/2025 às 15h20
Pesquisa da UEPG desenvolve gel à base de tilápia que trata feridas em animais
Foto: Reprodução/UEPG

Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolveram um gel cicatrizante que trata feridas em animais. O gel é produzido a partir de um ativo à base da pele da tilápia, por alunos e professores do Departamento de Ciências Farmacêuticas (Defar) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF). Os resultados mostram diminuição na área machucada a partir de uma semana de tratamento.

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
O gel é produzido a partir de um hidrolisado de peptídeos – que são pedaços de proteína do colágeno, obtidos pelo processo de hidrólise (quebra de uma molécula em duas ou mais partes menores pela adição de uma molécula de água). Este material vem do laboratório do professor Eduardo César Meurer, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Campus de Jandaia do Sul. Na UEPG, ele chega na forma líquida. O grupo da Universidade, então, faz a secagem e transforma o material em um pó, para que depois seja usado como ativo farmacêutico em forma de gel.

O coordenador da pesquisa na instituição, professor Flavio Luís Beltrame, explica que atualmente o gel é utilizado no tratamento de feridas em gatos e cachorros, com resultados positivos. “Estamos aplicando o gel contendo o hidrolisado do colágeno da tilápia na parte machucada do animal, fazendo uma reestruturação da pele”. Flávio destaca que a pesquisa não sacrifica tilápias vivas para a extração do produto.

A ideia surgiu há cerca de quatro anos, a partir da pesquisa do grupo do professor Eduardo, que é químico e queria testar o produto extraído na UFPR. “Como dentro do nosso grupo trabalhamos com ensaios biológicos e atividade terapêutica, iniciamos essa parceria”, recorda Flavio. Na época, a pesquisa iniciou com o então mestrando do PPGCF, Rodrigo Tozetto, médico veterinário da cidade. A pesquisa propôs avaliar a atividade antimicrobiana cicatrizante do produto. Atualmente, Tozetto segue com a mesma pesquisa no Doutorado, sob orientação da professora Priscileila Ferrari. Segundo Rodrigo, as análises ocorreram in vitro e in vivo, para a elaboração do gel: “observamos que, com a aplicação do gel, a cicatrização de feridas e queimaduras foi mais rápida, comparado a outros fatores”.

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG

Começamos a fazer ensaios clínicos e experimentos pré-clínicos, com ratos e camundongos, sempre com autorização do Comitê de Ética em Pesquisa, e mesmo nesses animais tivemos resultados de cicatrização muito interessantes”, salienta Beltrame. Agora, a equipe também estuda outras frentes, analisando a estabilidade físico-química da formulação do gel, além de ensaios clínicos do produto com finalidade veterinária. “Estamos analisando o tratamento de feridas que os veterinários chamam de primeira e segunda intenções, que são aquelas feridas feitas por uma incisão numa castração do animal, ou quando o animal sofre algum trauma, por exemplo”.

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
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Processo de produção

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
O hidrolisado de peptídeos de colágeno da tilápia que chega para os pesquisadores da UEPG é transformado em pó pela facilidade na manipulação do material. A mestranda Ana Carolina Ventura destaca que o processo de secagem contribui para que a substância seja transformada em várias formas farmacêuticas. “No caso do meu projeto, estou testando um hidrogel, e é importante agora sabermos o prazo de validade deste produto, e como ele se comporta em condições de temperatura e umidade, por exemplo”. A testagem ocorre também em alguns animais . “Aplicamos esse hidrogel duas vezes ao dia nos animais que estamos acompanhando, e já observamos uma melhora, uma retração desse tecido ferido a partir de uma semana”. Algumas variáveis podem influenciar no tempo de tratamento, a depender do estado de saúde do animal. Os pesquisadores avaliam que o tratamento completo pode durar em torno de 35 dias.

Um desses pets é a Pixel, gata de aproximadamente dois anos, que foi resgatada na rua com feridas nas pernas e barriga. A doutoranda Anna Claudia Capote acompanha a gatinha desde o primeiro dia de tratamento. “Foi difícil vê-la machucada nos primeiros dias, mas foi muito interessante ver a evolução, o fechamento da ferida. Agora ela está muito alegre e brinca com a gente”, conta. O grupo já acompanha cerca 44 animais tratados, dentre cães e gatos. Para as pós-graduandas, unir a ciência com a ajuda pela causa animal têm sido gratificante.

Foto: Reprodução/UEPG
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Próximos passos

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Em 30 de setembro, a equipe recebeu reconhecimento no Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), de iniciativa da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). A ação premiou pesquisadores que tiveram iniciativas de destaque. Em parceria com a Fundação Araucária e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae-PR), o Prime nasceu com a missão de aproximar o conhecimento acadêmico do mercado. Foi a primeira vez que o prêmio veio para a UEPG. O projeto recebeu um certificado de excelência e um cheque simbólico no valor de R$ 200 mil. “A partir desse valor, planejamos fazer todo o processo, desde a extração da proteína da pele da tilápia, aqui na UEPG, até a produção de mais produtos, para dar mais variedade em nosso portfólio”, acrescenta o professor Flávio. “Acreditamos nas patentes que geramos desta tecnologia e esperamos encontrar universidades e empresas parceiras para a comercialização”, completa.

Texto e fotos: Jéssica Natal

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