A reforma tributária aprovada pelo Senado tem provocado uma reconfiguração na percepção de risco entre contadores e escritórios de contabilidade em todo o país. Com a substituição de tributos como ICMS e ISS pelos novos IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), além da criação do Comitê Gestor do IBS, o novo sistema fiscal impõe desafios técnicos e jurídicos que pode levar profissionais da área a buscar alternativas para proteger suas atividades.
Entre essas alternativas está o seguro de responsabilidade civil profissional. De acordo com João Vitor Ferreira, especialista da Genebra Seguros, as mudanças nas regras de apuração, créditos e responsabilidades sobre tributos podem gerar um cenário de incerteza, em que qualquer interpretação incorreta pode resultar em reclamações, multas e até questionamentos por parte dos clientes.
“Isso faz com que os profissionais estejam mais atentos e preocupados com a proteção jurídica e financeira de suas atividades, já que um simples erro pode trazer prejuízos relevantes”, avalia.
A preocupação com possíveis falhas técnicas ou divergências na interpretação da legislação, segundo Ferreira, tem impulsionado a procura por apólices específicas para o setor contábil. Nesse cenário, o seguro de responsabilidade civil profissional voltado a contadores cobre prejuízos causados a terceiros por erros, omissões ou falhas na prestação de serviços, incluindo custos com advogados, perícias e eventuais indenizações.
“Dependendo da apólice, é possível incluir coberturas adicionais para consultoria tributária, falhas em obrigações eletrônicas e retroatividade, podendo garantir proteção até mesmo para atos cometidos antes da contratação do seguro”, destaca o especialista.
Ele reforça que erros na classificação de operações, cálculos equivocados de créditos tributários ou atrasos no envio de obrigações acessórias podem resultar em autuações e prejuízos aos clientes. “Essas situações acabam aumentando a responsabilidade do profissional, que pode ser cobrado por perdas financeiras decorrentes de um erro técnico ou de uma interpretação diferente da lei”, afirma.
Ferreira observa que o mercado já tem percebido um crescimento expressivo na demanda por esse tipo de proteção. “Muitos escritórios de contabilidade e profissionais da área têm nos procurado em busca de uma maior proteção diante do novo cenário fiscal, que traz mudanças importantes e um grau maior de responsabilidade técnica.”
Ele relata que o perfil dos clientes é variado, indo de profissionais autônomos a escritórios de grande porte, mas todos com o mesmo objetivo: mitigar riscos e garantir segurança jurídica e financeira.
Esse movimento acompanha uma tendência mais ampla no mercado de seguros. Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostram que, no acumulado de 2024, o setor registrou crescimento de 12,2%, totalizando R$ 435,56 bilhões em receita.
O crescimento real, já descontada a inflação do período, foi de 7,6%. Na análise do especialista da Genebra Seguros, parte desse avanço é atribuída à maior conscientização sobre riscos profissionais e à exigência crescente de cobertura contratual em diversos segmentos.
Além dos contadores, ele afirma que profissionais de áreas como advocacia, tecnologia, saúde, engenharia e consultoria também têm ampliado a contratação de seguros de responsabilidade civil.
“Em muitos casos, isso acontece porque os contratos passaram a exigir a cobertura, mas também por uma mudança de mentalidade: cada vez mais as empresas e profissionais entendem que errar faz parte da atividade e que ter um seguro é uma forma inteligente de garantir segurança financeira e continuidade no trabalho.”
APesquisa Tributária Global de Reformulação 2025, realizada pela PwC Brasil, reforça esse cenário. “Embora 63% dos brasileiros se sintam bem preparados para lidar com o impacto das mudanças regulatórias, 93% dos entrevistados apontam lacunas de habilidades em suas equipes tributárias.” Esse dado evidencia a necessidade de suporte técnico e jurídico adicional, especialmente em áreas que lidam diretamente com a interpretação e aplicação da nova legislação.
Com a reforma em andamento e a regulamentação ainda em fase de implementação, Ferreira avalia que a atuação consultiva das corretoras é fundamental. “Avaliamos o perfil do profissional, o tipo de serviço prestado e as exigências contratuais, sempre buscando equilibrar custo e proteção. Dessa forma, queremos ajudar cada cliente a entender seus riscos e escolher a cobertura mais adequada”, afirma Ferreira.
“Nosso foco é garantir que o cliente se sinta seguro para exercer seu trabalho com tranquilidade, mesmo em meio a tantas mudanças”, conclui.
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