Onde normalmente soam os teclados e os cliques dos mouses dos computadores, o som de um violino preencheu o ar. Era uma festa, mas com ar de despedida na Diretoria Financeira da Pró-reitoria de Administração (Difi-Proad) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no dia do encerramento de contratos de estágio por ali. Em toda a Universidade, são 72 estagiários, entre alunos de ensino médio e graduação, que contribuem com seu trabalho para o funcionamento de setores, órgãos e departamentos, enquanto aprendem as mais diversas profissões.

“A UEPG oferece diversos campos de estágio que permitem aos estudantes vivenciar a prática profissional em diferentes áreas, enriquecendo sua formação”, destaca a pró-reitora de Gestão de Pessoas, professora Eliane Rauski. “Para nós, os estagiários têm um papel fundamental, pois acreditamos que o convívio e o aprendizado são vias de mão dupla: enquanto contribuem com novas ideias, energia e conhecimento atualizado, também desenvolvem competências essenciais para suas carreiras. Essa troca constante gera inúmeros benefícios tanto para a UEPG quanto para os próprios estudantes, fortalecendo o vínculo entre teoria e prática”, declara

Depois de um ano e meio de estágio, dá pra dizer com tranquilidade que Nathan de Almeida Marceliano, acadêmico de Economia, já fazia parte da equipe da Difi. “Aqui foi um lugar de muito aprendizado, muito, muito aprendizado mesmo”, enfatizou. No setor responsável por pagamentos, empenhos, registros contábeis e balancetes, todo dia tinha algo novo para se aprender. “Não é aquela coisa monótona, você acaba desenvolvendo muitas habilidades. Para mim, foi principalmente a atenção que você tem que ter aos mínimos detalhes e o perfil analítico”.

A paciência, persistência e coordenação motora fina, Nathan já tinha: habilidades essenciais para quem toca violino. Na despedida do setor que o acolheu por tanto tempo, tinha o já tradicional cachorro-quente e o refrigerante que o pessoal dali gosta, mas também tinha música, em uma homenagem carinhosa de quem muito aprendeu com os profissionais e foi acolhido pela Universidade.

“Mesmo estando em fase de aprendizado, os estagiários ajudam a aliviar a carga de trabalho da equipe ao assumir tarefas operacionais, o que melhora o fluxo e aumenta a produtividade”, conta Jeanne Morais, diretora Financeira da UEPG. O órgão é um dos que mais recebe estagiários na Universidade. Em 2025, foram nove. “Muitas vezes, inclusive, eles nos surpreendem ao conseguir administrar bem o volume de demanda. É uma geração ágil e muito inteligente”.

Outro órgão da UEPG que recebe vários estagiários é o Museu Campos Gerais. Hoje, são cinco, entre acadêmicos de graduação e alunos de ensino médio – e um deles é o acadêmico de Licenciatura em História Bernardo de Carvalho. Durante o estágio, ele passou por várias das estruturas do museu e pôde aprender diversas habilidades, bem como contribuir para o funcionamento da instituição. “É uma via de mão dupla: os estagiários são essenciais para o Museu, porque eles atuam nas diferentes áreas e frentes nas quais o museu funciona, desde o atendimento ao público, a mediação, o setor de pesquisa, as atividades próprias da reserva técnica de higienização, guarda, conservação de objetos”, explica o diretor do MCG, professor Niltonci Batista Chaves. “E, ao mesmo tempo, eles também, ao estarem dentro do Museu, têm um processo cotidiano e profundo de formação humana e profissional, porque o museu oportuniza a eles o desenvolvimento de práticas educativas, pedagógicas, técnicas que dificilmente eles encontrariam em outros espaços”.

“Foi uma experiência muito enriquecedora para mim. Com certeza é uma coisa que eu vou levar para vida. Me trouxe não só muito conhecimento, mas muitas oportunidades”, avalia Bernardo. Dentre todas as atividades que realizou no MCG, para ele é fácil escolher sua preferida: a mediação com grupos de visitantes. “Eu faço licenciatura, então a parte do ensino sempre foi algo que me instigou, que eu sempre gostei muito de estudar”. Para além da aprendizagem profissional, o Museu foi um espaço de acolhimento e de reconexão. “Quando começou a pandemia, eu parei de participar do meu curso, fiquei três anos fora”, conta. “Até voltar e ter aquele entendimento de como as coisas estão funcionando, se reinserir no ambiente da universidade, foi complicado, mas daí eu comecei a trabalhar aqui no museu justamente nessa época e me ajudou muito a conseguir me reconectar às matérias, me reconectar à universidade”.

Todos os anos, a UEPG recebe 15 estagiários de ensino médio, por meio de uma parceria com a Guarda Mirim do Instituto Educacional Duque de Caxias (IEDC) que já existe há mais de quatro décadas. Por 20 horas semanais, os guardas mirins atuam nos setores de conhecimento, pró-reitorias, órgãos e coordenadorias, realizando atividades administrativas. Além disso, a Universidade oferta cursos, palestras e visitas técnicas, para ampliar o conhecimento dos alunos.

O guarda mirim Kauan de Souza realizou o estágio na Coordenadoria de Comunicação da UEPG. “É uma pessoa que aproveita as oportunidades que a estrutura do Governo do Estado proporciona para a faixa etária dele, como o programa Ganhando o Mundo e o estágio na UEPG”, enaltece a chefe da CCom, Luciane Navarro.

Ele conta que é importante aproveitar as oportunidades que surgem, para não perder nenhuma chance de crescer. “Eu tinha muito medo, mas eu queria e agora eu estou aqui. Por isso que eu falo: enfrente todos os desafios, porque lá na frente você vai ter o que você procurou”, diz. Na UEPG, ele aprendeu muitas habilidades profissionais e, principalmente, o convívio com as pessoas em um ambiente de trabalho. “Aprendi também várias coisas, como fotografar, que eu não sabia, mas o que mais aprendi também foi a conviver, a ter paciência e autocontrole”.

Estágios na UEPG

Os estudantes da UEPG ou de outras instituições de ensino que desejem realizar um período de estágio na Universidade Estadual de Ponta Grossa podem acessar a Central de Estágios e procurar as vagas de seu interesse. As ofertas podem acontecer durante todo o ano letivo e os cargos podem ser ocupados por até dois anos.

Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper, Larissa Godoy e Arquivo MCG