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Núcleo de Pesquisa Questão Ambiental, Gênero e Condição de Pobreza completa 20 anos de atuação
Tudo começou em 2005, quando a professora Édina Schimanski voltou do Doutorado na Universidade de Londres, onde pesquisou a educação ambiental em e...
24/11/2025 14h20
Por: Redação Fonte: UEPG

Tudo começou em 2005, quando a professora Édina Schimanski voltou do Doutorado na Universidade de Londres, onde pesquisou a educação ambiental em escolas brasileiras e reconheceu a relação entre condições climáticas com os debates de gênero e as taxas de pobreza da população. Com isso na cabeça e a vontade de criar soluções, por meio do Departamento de Serviço Social, surge o Núcleo de Pesquisa Questão Ambiental, Gênero e Condição de Pobreza, que completou 20 anos no mês de novembro. Atualmente, o Núcleo faz parte do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Coordenado pelas professoras Édina Schimanski, Lenir Aparecida Mainardes da Silva, Augusta Pelinski Rahier, Mirna de Lima Medeiros, Sandra Scheffer e Luana Billerbeck, o Núcleo é responsável pelos estudos sobre meio ambiente, sustentabilidade, migrações em Ponta Grossa e desenvolvimento econômico, com a participação de alunos de graduação e pós-graduação. “A questão da insegurança alimentar é a nossa última grande leva de pesquisa, com estudos realizados durante a pandemia, na Associação de Recicladores do município e o mais recente, que é sobre a insegurança alimentar entre os estudantes da UEPG”, comenta Édina.

Foto: Reprodução/UEPG

Os resultados produzidos pelo Núcleo auxiliam na criação de políticas públicas para que a população possa ter melhores condições alimentares. Durante a pandemia da Covid-19, de 302 famílias atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras), 76% estão na condição de extrema pobreza e 97% ficaram em situação de insegurança alimentar. Entre os recicladores associados de Ponta Grossa, de 70 participantes, a maioria é composta por mulheres (74%) e 84% dos integrantes estão em situação de insegurança alimentar. Dentro da UEPG, foi constatada a insegurança alimentar de 35% dos estudantes, sendo 14% de forma grave e 56% são mulheres com filhos.

Esses são alguns exemplos de como a pesquisa pode ser representação fiel da responsabilidade social da Universidade ao estabelecer parâmetros para que políticas públicas possam ser formuladas, de acordo com o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Renê Francisco Hellman.

“Nos últimos anos, a UEPG tem consolidado políticas importantes de acesso e permanência dos estudantes, como bolsa permanência e isenção no Restaurante Universitário. O diagnóstico feito pelo Núcleo de Pesquisa Questão Ambiental, Gênero e Condição de Pobreza fornece informações relevantes para nortear essas políticas que vêm se consolidando desde a criação da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e com a ampliação de cotas sociais e raciais”, afirma.

Édina lembra que os resultados da pesquisa realizada durante a pandemia foram apresentados para a Prefeitura por meio da Secretaria de Assistência Social e Secretaria de Agricultura. Os dados foram também base fundamental para políticas dentro da Universidade, através da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE).

Internacionalização

Além de ser um grupo importante para Ponta Grossa, sua grandeza atingiu outros países da América Latina para a produção científica em conjunto. O Núcleo de Pesquisa Questão Ambiental, Gênero e Condição de Pobreza faz estudos com a primeira universidade da América Latina, Universidad Nacional Mayor de San Marco (Peru), Universidad del Valle (Colômbia) e Universidad de Lanús (Argentina).

Foto: Reprodução/UEPG

A nutricionista e doutora em ciências da saúde, Violeta Magdalena Rojas Huayta, da Universidad Nacional Mayor de San Marco, do Peru, comenta que a relação com a UEPG iniciou entre 2009 e 2010, através da professora Mirna de Lima Medeiros.

“A professora Mirna é pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Alimentação e Nutrição Pública (Nianp) da Universidade Nacional Mayor de San Marco desde 2019. Quando Mirna visitou o Peru para um congresso de Sociologia, pudemos compartilhar eventos acadêmicos na Faculdade de Medicina da UNMSM, onde trabalho, e na época pós-pandemia da Covid-19, surgiu a ideia de fazer uma apresentação conjunta na UEPG sobre estudos realizados durante a pandemia que giravam em torno da insegurança alimentar”, explica a pesquisadora Violeta.

Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
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Foto: Reprodução/UEPG
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Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG
Foto: Reprodução/UEPG

Texto: Erica Fernanda | Fotos: Evento de comemoração de 20 anos: Jairo Cesar (1 ao 7); Arquivo UEPG apresentação na Prefeitura (8 ao 10); Simpósio Interamericano Perspectivas sobre Alimentação: Gabriel Miguel (11 e 12); Reunião com a reitoria: Domitila Gonzalez (13).